"Nossa tarefa deveria ser nos libertarmos...aumentando nosso círculo de compaixão para envolver todas as criaturas viventes, toda a Natureza e sua beleza".
Albert Einstein
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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Histórico sobre a Educação Ambiental no Brasil e no mundo

As décadas de 70/80 marcaram o início das lutas sociais organizadas em nível mundial, dentre as quais o movimento Hippie, a luta dos negros americanos pela cidadania, as lutas das mulheres pela igualdade de direito com os homens, entre outras. No bojo desses acontecimentos, tiveram início os movimentos em defesa da ecologia e do meio ambiente, cujo marco foi a publicação do livro "Primavera Silenciosa" da americana Rachel Carson, em 1962.
A partir dessa publicação, que repercutiu no mundo inteiro, os militantes dos movimentos ambientalistas e a Organização das Nações Unidas (ONU) realizaram vários eventos internacionais que abordaram  a questão da preservação e da educação ambiental.
O primeiro evento foi a Conferência das Nações Unidas Sobre Meio Ambiente em 1972, conhecida como Conferência de Estocolmo. Com a participação de 113 países, esse evento, que denunciou a devastação da natureza que ocorria naquele momento, deliberou que o crescimento humano precisaria ser repensado imediatamente. Nesse encontro, foram elaborados dois documentos: a "Declaração Sobre Meio Ambiente Humano" e o "Plano de Ação Mundial".
A principal recomendação dessa conferência foi a de que deveria ser dada ênfase à educação ambiental como forma de se criticar e combater os problemas ambientais existentes na época. É importante lembrar que nesse evento os países subdesenvolvidos não pouparam críticas aos países desenvolvidos, por acreditarem que estes queriam limitar o desenvolvimento econômico dos países pobres "usando políticas ambientais de controle de poluição como meio de inibir a competição no mercado internacional".
Em função da Conferência de Estocolmo, o governo brasileiro, pressionado pelo Banco Mundial, criou a Secretaria Especial do Meio Ambiente, com o objetivo de implementar uma gestão integrada do meio ambiente. Esse órgão possuía apenas três funcionários, o que mostrava o descaso da ditadura militar com as questões ambientais em nosso país. O plano de ação dessa conferência sugeria a capacitação dos professores, assim como uma metodologia de ação para a educação ambiental em nível mundial. Tendo em vista essa política, foram realizadas mais três conferências internacionais sobre educação ambiental entre as décadas de 70/80.
A primeira foi a Conferência de Belgrado (Yuguslávia), realizada em 1975, com a participação de pesquisadores e cientistas de 65 países. Esse encontro resultou em um documento denominado "Carta de Belgrado", que preconizava uma nova ética para promover a erradicação da pobreza, do analfabetismo, da fome, da poluição, da exploração e de todas as formas de dominação humana. Outra deliberação importante dessa conferência foi a elaboração dos princípios e diretrizes para o programa internacional de educação ambiental, de caráter contínuo e multidisciplinar, que levava em conta as diferenças regionais e os interesses nacionais.
Com base nessa estratégia, a UNESCO criou o Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA), com relevante atuação internacional, cujo objetivo era o de editar publicações relatando as experiências mundiais de preservação e educação ambiental. Além disso, esse programa criou uma base de dados que, no início da década de 80, contava com informações sobre 900 instituições que atuavam  com educação ambiental e 140 projetos voltados à preservação do meio ambiente.
No que diz respeito ao Brasil, as deliberações da conferência de Belgrado, principalmente aquelas voltadas à educação ambiental, passaram despercebidas pelos órgãos educacionais tanto na esfera federal quanto na estadual, dada a conjuntura política que o país vivia naquele momento.
A partir de 1975, alguns órgãos estaduais brasileiros voltados ao meio ambiente iniciaram os primeiros programas de educação ambiental em parceria com as Secretarias de Estado de Educação. Ao mesmo tempo, incentivados por instituições internacionais "disseminava-se no país o ecologismo, deformação de abordagem que circunscrevia a importância da educação ambiental, à flora e a fauna, à apologia do "verde pelo verde", sem que nossas mazelas sócioeconômicas fossem consideradas nas análises. Esse conceito não levava em conta a crítica à pobreza, ao analfabetismo, às injustiças sociais, etc., um dos temas centrais da Conferência de Belgrado.
Em 1977, a Unesco e o Programa das Nações Unidas Para o Meio Ambiente realizaram a 1ª Conferência Intergovernamental Sobre Educação Ambiental, em Tbilisi, na Geórgia, antiga União Soviética. Nesse evento, os especialistas de todo o mundo definiram os princípios e objetivos da educação ambiental, além de formular as recomendações à atuação internacional e regional  sobre o tema. Foi recomendado nessa reunião que se considerassem na questão ambiental não somente a fauna e flora , mas "os aspectos sociais, econômicos, científicos, tecnológicos, culturais, ecológicos e éticos". Além dessa questão, foi deliberado também que a educação ambiental deveria ser multidisciplinar, possibilitando uma visão integrada do ambiente.
A dissemimação da educação ambiental deveria se dar via educação formal e informal, atingindo  todas as faixas etárias. Tendo em vista essa diretriz, caberia a cada país implementar sua política nacional  de educação ambiental por meio dos órgãos educacionais e de controle ambiental.
No Brasil, essa política foi implementada pelo Ministério da Educação, a partir do documento denominado "Ecologia: uma proposta de ensino para o 1º e 2º graus". Essa proposta, simplista e contrária às deliberações da Conferência de Tbilisi, tratava a educação ambiental no âmbito das ciências bilológicas, como queriam os países desenvolvidos, sem tocar na questão cultural, social e política.
Cabe destacar que as resoluções da Conferência de Tbilisi não conseguiram pôr em prática seus objetivos e princípios, de forma a implementar um amplo programa de educação ambiental em nível internacional.
A Terceira Conferência Internacional sobre Educação Ambiental aconteceu em 1987 em Moscou (URSS) reunindo educadores ambientais de cem países vinculados às organizações não-governamentais. Esse encontro reforçou os objetivos e princípios traçados em Tbilisi, na qual a educação ambiental deveria formar os indivíduos, desenvolver habilidades e disseminar valores e princípios que permitissem à sociedade elaborar propostas para a solução dos problemas ambientais. Para tanto, acordou-se que deveria haver uma reorientação da política de educação ambiental a partir de um plano de ação para a década de 90, com base nas seguintes diretrizes: a) implementação de um modelo curricular constituído a partir da troca de experiências mundiais; b) capacitação de educadores que atuassem com projetos de educação ambiental; c) utilização das áreas de conservação ambiental como pólo de pesquisa e formação docente; d) intensificação e melhoria  da qualidade das informações ambientais veiculadas na mídia internacional. O governo brasileiro não apresentou nenhum projeto nesse encontro, provocando reações negativas por parte da comunidade internacional e do Banco Mundial. Com o objetivo de amenizar o problema, o Conselho Federal de Educação aprovou o parecer 226/87 que incluiu o tema educação ambiental , aos moldes da Conferência de Tbilisi, na proposta curricular de ensino básico e médio em nosso país.
Em função da pressão do movimento ambientalista, nacional e internacional, a Constituição promulgada em 1988 criou um capítulo sobre o meio ambiente, no qual a educação ambiental , em todos os níveis de ensino, passou a ser dever do Estado.
Em 1989, o governo federal criou o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (IBAMA), com o objetivo de formular e coordenar a execução da política nacional de meio ambiente, além de incentivar as ações voltadas à educação ambiental.
No ano de 1992, a cidade do Rio de janeiro sediou a Conferência da Cúpula da Terra, conhecida como Rio-92. Essa reunião, que congregou representantes de 182 países, aprovou cinco acordos de extrema relevância para o mundo: a) a Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento; b) a Agenda 21 e sua forma de implementação; c) a Convenção Sobre Mudanças Climáticas; d) a Convenção Sobre Diversidade Biológica; e) a Declaração de Florestas.
Em um evento paralelo à Rio-92, promovido pelo Ministério da Educação (MEC), foi aprovada a "Carta Brasileira para a Educação Ambiental", que enfocou o papel do Estado enquanto promotor da educação ambiental em nível nacional.
Concomitante à Rio-92, houve uma reunião de aproximadamente dez mil ONGs mundiais, na qual foi dada ênfase à educação ambiental   "como referencial a ser considerado, reforçando-os como marco metodológico no ensino formal e informal.
A Rio-92 reafirmou a tese da Conferência de Tbilisi, principalmente aquela que dizia respeito à interdisciplinaridade da educação ambiental, priorizando três metas: a) reorientar a educação ambiental para o desenvolvimento sustentável; b) proporcionar informações sobre o meio ambiente, de forma a conscientizar a população sobre os problemas que estavam ocorrendo no planeta; c) promover a formação de professores na área de educação ambiental.
Outra deliberação da Rio-92, foi a reafirmação das teses da "Conferência Educação para Todos", ocorrida na Tailândia, em 1992, principalmente aquela que trata sobre analfabetismo ambiental.
Tendo em vista os documentos aprovados na Rio-92, o Ministério da Educação e Cultura instituiu um grupo de trabalho para implementar as bases da educação ambiental no ensino básico, médio e universitário em nosso país. Com o objetivo de elaborar uma proposta nacional sobre o tema, esse grupo realizou diversos encontros com os órgãos responsáveis pela educação estadual e municipal em nosso país. No entanto, dado o despreparo e a falta de informações dos órgãos educacionais, não se conseguiu elaborar um documento que expressassse  os objetivos da educação ambiental em nosso país.
Finalmente, as ações efetivas no campo da educação ambiental só foram implementadas em 1994, quando o Ministério da Educação e Cultura, o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério da Ciência e Tecnologia editaram o Programa Nacional de Educação Ambiental (PRONEA), que resultou na edição da Lei 9.975, de 24 de abril de 1999, criando a Política Nacional de Educação Ambiental. A partir daí, tem-se os instrumentos necessários para impor um ritmo mais intenso ao desenvolvimento da educação ambiental no Brasil.
Fonte:www.unifai.edu.br

domingo, 19 de dezembro de 2010

Incêndio no Parque do Cocó


 
Um total de 50 metros quadrados. Essa foi a área tomada pelo fogo no Parque do Cocó, num novo foco, iniciado na tarde do 1º domingo de dezembro, dia 05/12/10. Somente por volta das 7 horas do dia 6/12/10, o novo incêndio havia sido controlado pelas equipes do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará. O fogo, que foi sentido primeiro pelos moradores do entorno, foi classificado como criminoso. Os Bombeiros trabalham com a perspectiva de que, por mais uma vez, pessoas adentraram o parque o fizeram  fogo, o que acabou atingindo parte da vegetação. O novo foco foi verificado próximo à área de mangue  e próximo à Cidade 2000.
O subtenente do Corpo de Bombeiros, Assis Sousa, informou que mesmo com o fogo sendo debelado, equipes dos Bombeiros deverão permanecer no local, com a função de evitar novos focos e monitorar a área.
Ainda no domingo, um caso de mais um incêndio no Parque do Cocó foi levado ao conhecimento Companhia de Policiamento do Meio Ambiente (CPMA) e a Superintedência Estadual do Meio Ambiente (Semace).
No relatório dos Bombeiros, foram gastos 15 mil litros de água para combater o fogo e, como as árvores de mangue são vulneráveis por possuírem  raízes radiais e pouco profundas, tombam facilmente quando o tronco é tomado pelo fogo.
Para a moradora da Cidade 2000, Maria do Carmo Campos de Lima, o incêndio só não tomou maiores proporções porque a própria comunidade está em  alerta, avisando as autoridades quando veem sinais de fumaça.
"O que queremos é uma vigilância no Parque pela CPMA. São muitas entradas e saídas, e isso não é somente perigoso para acontecer novos acidentes, como também serve de refúgio e esconderijo para marginais" afirmou Maria do Carmo.
Segundo informou o comandante da Companhia, Capitão Vicente de Paula, há necessidade de mais efetivo, por se tratar de uma área muito grande. De acordo com o militar, a orientação é para que ocorram rondas e abordagens em atitudes suspeitas. Ele explicou que outra frente de luta é conscientizar a população para evitar que se acenda fogueiras nas proximidades da mata, inclusive na incineração de lixo. Em novembro passado, houve o primeiro incêndio naquela área, levando uma semana para ser controlado.
O Parque do Cocó possui uma área de 1.155 hectares ( 11550 m² ). Para fiscalizar a área, a Companhia da Polícia Militar Ambiental conta com um efetivo de 70 homens armados, distribuídos em viaturas, motos, barcos e bicicletas, ou seja, um policial para cada 16,5 hectares. A Companhia de Policiamento é responsável pelas áreas do Parque que compreendem as avenidas Sebastião de Abreu e Murilo Borges, no bairro Cocó.